terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Quando o sonho falha!

Um dos maiores sucessos em Portugal nos últimos meses é a série que analisamos aqui. Donas de casa desesperadas é uma série cómico-dramática, com uma ironia esplêndida que explora o lado negro do sonho americano.

Olhando superficialmente, estas quatro mulheres têm tudo. Mas... no primeiro episódio outra dona de casa, amiga destas comete suicídio. Susan lamenta e diz que esta devia ter falado com as amigas sobre os seus problemas, ao que Gabrielle responde, “Que problemas poderá ela ter tido? Ela era saudável, tinha uma boa casa e uma família magnífica.”

Entrando com mais profundidade, contudo, todas estas mulheres têm momentos de desespero. Susan, uma divorciada, cujo marido a deixou pela sua secretária, deseja ser amada outra vez. O marido de Gabrielle deu-lhe tudo o que ela alguma vez desejou (incluindo o seu colar de 15 mil dólares), mas ela começa a aperceber-se que “só quer as coisas erradas”. Ela deseja ser mais do que simplesmente um acessório para o seu marido. Bree inventou a arte de, a toda hora, ter a casa perfeita, o que leva o seu marido a desejar o divórcio, dizendo, “Eu simplesmente já não aguento viver nesta casa que mais parece um museu”.

Porém a dona de casa que mais faz pensar os telespectadores de donas de casa desesperadas é Lynette, que abdicou da sua majestosa carreira para cuidar dos seus quatro filhos. A pressão para cuidar dos filhos, com o seu marido quase sempre ausente é extenuante. Numa entrevista ela afirma que: “Não fica bem dizer que o meu trabalho é cansativo, complicado, chato e terrível, mas não percebo bem porquê”. O autor desta série – Marc Cherry, descreve a série como uma história de “quatro mulheres que vivem num subúrbio e endoidecem aos poucos”. Cada mulher está desesperada num sentido, e ao longo da série vamos descobrindo mais detalhes sobre o seu desespero.

Há pelo menos três tópicos fundamentais constantemente expostos nesta série. Primeiro, tomar conta das crianças a tempo inteiro é uma tarefa muito complicada. Segundo, não é bom ser-se aberto sobre os problemas pessoais, por medo de ser considerada uma má mãe. Terceiro, não existe reconhecimento público do quão importante é o papel de uma dona de casa na sociedade.

Quando assistimos a uma série como esta, e assistimos repetidamente, temos de fazer algumas perguntas. O nosso objectivo aqui não é deixar de ver séries mas, além do momento de lazer, reflectir e pensar sobre o que assistimos e deixamos que entre pela nossa casa.

Donas de casa desesperadas reflecte aquilo que experimentamos no nosso dia a dia no trabalho, em casa, na igreja, no café, entre outros. As pessoas aparentam ser ou fazer uma coisa quando na realidade são ou fazem coisas diferentes. “Enquanto o homem olha para o exterior, Deus olha para o coração” Aplicado às donas de casa, ou àqueles que nos circundam no nosso dia a dia, ninguém pode julgar se uma mentira é justificada ou não.

Queríamos deixar algumas perguntas para reflexão sobre a série.

  1. O que acha do genérico da série? Porque é que Adão e Eva e o fruto proibido do jardim do Éden são usados na abertura?
  2. O que é que a série: “Donas de casa desesperadas” diz sobre o casamento?
  3. De que forma esta série está a moldar a nossa atitude perante a família e os seus valores?
  4. O que pensa que o autor quer transmitir sobre o que as personagens estão à procura? Como é que enquadramos Mateus 11:28 “Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso” poderia ajudar estas personagens?
  5. Como é que esta série a tem ajudado a lutar contra alguns dos teus problemas ou lutas?


Série televisiva: Donas de casa desesperadas

Autor: Marc Cherry

Actrizes: Teri Hatcher, Felicity Huffman, Marcia Cross, Eva Longoria, Nicollette Sheridan

Produtora: Touchstone Television

Inspirado em http://www.damaris.org/cw/

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Artigos e opiniões

Queremos aqui analisar filmes, séries e telenovelas actuais, e tentarmos juntos aprofundar o seu conteúdo.