quinta-feira, 24 de junho de 2010

Heróis em queda num mundo caído


Esta série acerca de uma equipa de cientistas forenses de Las Vegas tornou-se um fenómeno mundial. Ganhou inúmeros prémios Emmy desde que surgiu em 2000 e deu origem a duas outras séries relacionadas: CSI Miami e CSI New York.

A série foca-se numa equipa de investigadores criminais liderada por Gil Grissom (William Peterson). A equipa é composta também por Catherine Willows (Marge Helgenberger), uma antiga dançarina erótica, por Warrick Brown (Gary Dourdan), viciado em luta em recuperação, por Texan Nick Stokes (George Eads) que mostra uma lado emocional, um “rato de laboratório” que é Greg Sanders (Eric Szmanda) e recentemente também por Sara Sidle (Jorja Fox). São ajudados pelo Capitão Detective Jim Brass (Paul Guilfoyle) que tem um humor negro e pelo Coronel Dr. Al Robbins (Robert David Hall). Trabalham juntos para resolver os estranhos homicídios que ocorrem em Las Vegas.

O CSI dá-nos uma visão negra e obscura do mundo, com crimes extremamente violentos motivados pela ganância, luxúria e ódio. A cidade é apresentada como tendo valores morais muito baixos e muita corrupção. Raramente se encontram pessoas boas e altruístas (as que existem são na maior parte das vezes as vítimas) e as figuras de autoridade e os supostos modelos demonstram tudo menos um comportamento correcto. É um sítio destrutivo que por vezes oferece entretenimento mas onde a vida e a alma estão em risco.

Se por um lado a equipa forense é composta por pessoas honestas e com boas intenções, por outro lado a série demonstra como o trabalho neste mundo os afecta. Por vezes são atacados por aqueles que ficaram prejudicados pelo seu trabalho: o Nick é enterrado vivo num caixão cheio de armadilhas e o Greg é gravemente magoado e levado a tribunal, por exemplo. O próprio trabalho sobrecarrega-os de tal forma que Grissom tira um sabático depois de sofrer um esgotamento e Sara decide deixar o trabalho por um tempo. A série mostra-nos que mesmo estando a praticar o bem, é impossível não sermos afectados pela natureza destrutiva e maléfica do mundo à nossa volta.

Em Las Vegas, a fé em Deus é escassa. Em vez de ser significativa e útil é apenas algo mais que se corrompeu juntamente com a sociedade, de forma que os padres e outras figuras religiosas são frequentemente corruptos ou fanáticos. Grissom, católico Romano não praticante, é o único membro da equipa que parece ter tido alguma fé, mas embora afirme que a sua educação católica dá uma intensidade espiritual a acontecimentos do dia-a-dia que de outra forma não a teriam, a sua fé não interfere com a sua vida diária.
O mais triste é que uma fé genuína é exactamente aquilo que seria necessário neste cenário. A vida já é suficientemente dura num mundo decaído, mesmo sem ter de lidar com os terríveis casos com que a equipa do CSI se defronta. Já seria então de esperar que por vezes seja difícil para eles lidar com o trabalho: Warren luta contra o seu vício na luta e Catherine acha incrivelmente difícil o papel de educar a sua filha adolescente. Embora a série demonstre o quão importante é o apoio que eles dão uns aos outros, é muito claro que precisam de algo mais nas suas vidas.
Por não mostrar o outro lado da história, a série comunica a crise dos valores e objectivos da maior parte das pessoas, e os perigos de viver num mundo sem Deus, não apresentando no entanto nenhum tipo de esperança.

Enquanto cristãos acreditamos que à medida que vamos confiando mais em Deus, vamos recebendo Dele os recursos que necessitamos (embora a fé seja muito mais do que apenas conseguirmos suportar psicologicamente as pressões da vida). O CSI retrata indivíduos que lutam pela justiça num mundo mais preocupado com o prazer e gratificação pessoal; é realísta porque defende que o facto de estarmos imersos neste mundo nos afecta negativamente; enfatiza a importância do apoio mútuo em situações difíceis. Mas por descartar tão veementemente a realidade de Deus e a transformação profunda da vida através da fé, falha em não mostrar que existe muito mais na vida para além daquilo que o mundo nos pode oferecer e que ainda podemos ter um papel importante na transformação do mundo à medida que vamos experimentando e transmitindo o amor de Deus.

“O vosso Deus é cheio de bondade e de misericórdia, e não vos rejeitará – voltem para ele e ele vos receberá de braços abertos .” (II Crónicas 30:9).

quinta-feira, 25 de março de 2010

E se te mostrassem o TEU futuro?


Todos nós temos incertezas quanto ao nosso futuro. Durante o último ano, a nossa atenção nas notícias foi para as nossas frágeis carreiras, o nosso dinheiro incerto, e as alterações aos nossos melhores planos previstos.

Imagina agora, que o mundo inteiro desmaia 2 minutos e 17 segundos e cada pessoa vê um pouco do seu futuro. Vê exactamente o que estaria a fazer daqui a 6 meses. Esta é a premissa de FlashForward. Não se trata de uma lembrança do passado (flashback), mas de uma visão do futuro.

O protagonista é Mark Benford, agente do FBI e alcoólatra anônimo. Vive com a sua esposa, Penny Desmond, e a sua filha querida. Demitri é o seu parceiro. Todos os outros personagens andam à volta destes.
Mark e Demitri, estão juntos numa perseguição alucinante quando o tal flashforward acontece. Mark tem então uma rápida visão de futuro, com vários vislumbres do que será importante futuramente na série. Quando volta a si, toda a cidade está um caos. Por acaso, o mundo inteiro passou pela mesma coisa e todos ficaram inconscientes por 2 minutos e 17 segundos.

FlashForward foi produzido num país que se intitula cristão. É uma série que trata de VISÕES (uma clara referência aos profetas bíblicos). Porém é tudo batido num liquidificador para que o cumprimento da profecia biblica se torne também fictício ou sem importância aos olhos da maioria.

Nos próximos 6 meses alguns de nós, vamos definitivamente experimentar mudanças significativas na nossa vida, positivas e negativas. Outros vamos continuar praticamente a fazer o mesmo que estamos a fazer agora, excepto que vamos estar mais bronzeados, pois daqui a 6 meses iremos estar no Verão, e poderemos estar na praia ou numa piscina a ler a Mulher Criativa de Agosto.

A série FlashForward merece que olhemos atentamente para alguns detalhes da incerteza que todos temos na nossa cabeça. Uma certeza que tenho é que a nossa capacidade de prever o futuro, no contexto da nossa fé (Lucas 17:22-35), ou no contexto da nossa vida pessoal, tem de ser temperada pela realidade onde os nossos sentimentos de total controle, na melhor das hipóteses deveriam ser vistos como passageiros.

Há casos bem interessntes, como o caso de um médico que está para cometer suicídio em breve e que devido ao flash se apercebe que a sua vida afinal vale a pena...
O flash da mulher de Mark, revela-lhe que vai cometer adultério com um homem que ela nem sequer ainda conhece – pelo menos nos primeiros 5 minutos do primeiro episódio, como é óbvio.
Outro ainda e o mais interessante é vermos os agentes do FBI, descobrirem um homem nas câmaras de vigilância a andar calmamente no Detroit baseball stadium enquanto todos estão no flashback.

Estas cenas mostram-nos uma mistura entre a ridícula realidade e a calamidade.

Estas reviravoltas são balanceadas entre uma estranha aparência da realidade enquanto ninguém na realidade a está a viver. Mas, enquanto isto, bastantes aviões caíram e bastantes pessoas morreram nestes seis meses de projecção do futuro.
A palavra de Deus é clara - (I Tessalonicenses 5:3) - “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.”

Como cristãos podemos, embora com dificuldade transpor a nossa incerteza, através da fé!
João, na ilha de Patmos viu o futuro. Viu o futuro dele e viu o nosso! Escreveu o que viu, da forma que como o viu, alertando-nos e transmitindo esperança, para quem confiar em Jesus.
Esta série pode trazer algumas pontes para conversarmos com o nosso colega de trabalho ou com um amigo num café sobre as nossas dúvidas e certezas. Podemos, através desta série, questionar-nos: “Será que eu sei o que Deus me quer dizer? Já li Apocalipse e percebi a visão geral de João na ilha de Patmos? Ando eu desesperado com o dia de amanhã?”

Série televisiva: FlashForward
Autor: Robert J. Sawyer
Alguns dos actores: Joseph Fiennes (A Paixão de Shakespeare), John Cho, Jack Davenport e Sonya Walger (Perdidos), entre outros.
Produtora: ABC
Em Portugal: AXN